terça-feira, 8 de novembro de 2011

Chico Buarque cita rap de Criolo em show que chega ao Rio e vira DVD em 2012

Belo Horizonte (MG) – Eis o malandro na praça outra vez. Sem estrear show desde 2006, Chico Buarque está de volta aos palcos. O cantor estreou sábado no Palácio das Artes ‘Chico’, show que chega ao Rio em janeiro, em temporada de um mês na casa Vivo Rio, e que vira DVD ao longo de 2012. No roteiro, estruturado a partir das dez músicas do disco que saiu em julho, o cantor surpreende o público ao cantar ‘Cálice’, música que fez com Gilberto Gil, com trechos da letra composta pelo rapper paulista Criolo sobre a melodia de 1973.
SAMBAS E BOLEROS
Show de tom sereno, ‘Chico’ gravita em torno da obra autoral do compositor entre sambas, boleros e valsas. Sob a direção musical do violonista Luiz Cláudio Ramos, o cantor revive canções escritas sob ótica feminina como ‘O Meu Amor’, ‘Sob Medida’ e ‘Terezinha’. São músicas que o Brasil se habituou a ouvir nas vozes de cantoras como Maria Bethânia, Simone e Elba Ramalho. Outro destaque do roteiro é ‘Geni e o Zepelin’, tema de 1977 que Chico não cantava há muito tempo.
Chico desfia o roteiro em tons plácidos, sem tentar forjar um clima de animação. Se ‘Velho Francisco’ e o recente samba ‘Barafunda’ revolvem as recordações nem sempre ordenadas da memória, ‘Valsa Brasileira’ lembra o apuro da parceria de Chico com Edu Lobo. No fim, o show adquire pegada nordestina com ‘A Violeira’ e ‘Baioque’, número em que Chico cita ‘My Mammy’, blues de 1918.
Além de tocar bateria na entrosada banda, Wilson das Neves faz dueto c om Chico nos sambas ‘Sou Eu’ e ‘Tereza da Praia’, personificando o malandro outrora encarnado pelo anfitrião. Seja citando Criolo ou cantando placidamente, Chico Buarque está em sintonia com seu tempo.




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